segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Existir para Coexistir.


As trombetas são anunciadas pelas crianças nos montes da Pérsia. E o barulho se faz ressoar pelo planeta levando gritos de esperança.


As palavras de uma mãe moradora de rua com seu filho que profere na noite de ano novo, sobre , falando que ele nunca perca isso e que essa palavra seja motivo para ele acordar todos os dias.


E o sentir nas mãos o valor do amor, quando um pai morre de fome pela sua filhinha nos braços em algum canto do mundo, ensinando o amor sem medidas, é marca da caridade que se faz presente e essa criança continuará a viver, pelo seu pai que lhe deu a vida.



Que seja por essas crianças que o Mundo inicie um novo ano;

Esperança, fé e caridade.



Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Amor


O amor é, eterno na centelha do vivido,
efemero, quando se esvai pelos corredores de nossa alma,
é, ter um lugar para partilhar,
um alguém para se entregar.

É fato para os que vivem,
heresias ao cegos de espírito.
É, existir como se deseja,
mas, coexistir para o seu apogeu.

É na bagagem a aventura que é sorrir,
mas as lágrimas virão lhe mostrar
que sonhar não é viver,
e vivemos para sonhar.

É, o presente completo,
o sonho incompleto.
somar-se aos muitos apaixonados,
todavia sendo você no singular.

É entender porque a chuva cai em terra infértil,
e porque o sol trás a seca e seus agravantes.
É morrer na cruz perdoando tudo e a todos,
não sendo mais digno daquele que morreu pela sua família.

É, sobretudo aquilo que queremos dentro de nós,
tendo momentos que queremos cuspi-lo.
É o passado que irá brilhar em sua lápide,
o futuro com seus desejos inconstantes.

Isso é amar. O nada sei de tudo que vivera,
mas, tudo sei do que fora necessário.



Um Natal do amor à todos.


Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007




Um dia vc entende...

porque sofreu tanto por uma mulher, porque sofreu tanto por um sonho, sem nem a mulher nem o sonho estavam escritos no seu destino!




e o chão lhe foges dos pés e os sonhos lhe fogem das mãos.




terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Onde as ruas não tem nomes.


Um dia, ei de passar por um dos cemitérios de minha terra e alí me dizerem – é aqui que o seu josé está enterrado. – não me importa o prefeito, o escritor, a celebridade ou a miss brasil, já basta o eu José... gente boa, pouco conhecido, amigo de todos, de olhar singelo e baixa voz ao falar.

Não desejo suprir a imagem dos grandes, pois, sem faculdade aprendemos a viver, sem títulos importantes aprendemos à amar nosso meio. Suspiros serenos, olhares inebriantres, a figura mais adequada para a vida que cada qual escreve em seus diários pela noite. O bramido dos veados que fogem dos caçadores e o grito de uma senhora ao levar um tiro, morremos sem notar que estavamos numa selva um paradoxo do que ousamos dizer serem justas: as leis. Uma heresia, que nós construimos que tem por condição os poderosos viverem, os fracos morrerem.

Debaixo desta terra todos jazem por uma vida igual a de todos, e não é aqui debaixo, que se encontra o cortejo de nossas almas, não aqui onde minha alma não à de descansar. É lá, onde todos me conhecem e as ruas não tem nomes, elas são retratos do que fomos, somos, e estamos criando, é lá que eu, sou somente eu, e o poderoso só irá ser somente um. A eternidade tão almejada.

Aguardando este dia, meu ser em silêncio regozija pelas dores sentidas e as lágrimas derramadas em cada poça da cidade. Hoje o que ecoa nos corredores de minha casa é o brado poeta que pela figura cândida, despreza o homem e abraça o espírito.


Eduardo Brasileiro.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Água.


Na corrente caprichosa
que vai escorregando e,
em seus barrancos se entregando,

pela noite vistosa e gélida.
O doce mar, me entregaste
ao dançar em seu corpo.

E vestir-me de vida
a vida que tu me deste
ó bendita que matas com a vida

Pela água que bebi e o fruto
que tu me alimentaste,
ó vida em abundância

Que as estrelas brilham aos seus pés
e o sol desenha seus caminhos,
Não esqueça espelho vivo,

que guias meus olhos até o seus confins.
E como um sonho, um simples sonho,
desenha em nossos traços vida e felicidade.


Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O real imaginário.


Que barulho é esse no meu quarto?
É meu espírito, sedento do que sou,
murmura no meu ouvido o guerreiro ali posto,
que torna-se o que todos são.

Meu pai me dizia para o salário eu guardar
daqui a alguns anos homem vou ser,
da minha vida vou ter que cuidar
e um terreno vou comprar, se alguém me vender.

Não sou uma cara com tempo a namorar,
aprendi a sonhar, me apaixono ora e volta,
oscilo entre o eterno sentimento de amar,
pois, na escola os filósofos ensinaram a deixar á alma solta.

E do meu dia cuido eu
benção do céu não vem tão ágil,
como qualquer um, tenho duvidas do que é Deus,
nem para ele, tudo é tão fácil.

Porque o mundo chora a cada dia,
as vezes somos um sentimento mórbido,
pois, não são lágrimas de alegria,
ei já te avisaram homem não chora .

Posto homem, posto a sofrer,
viver ao dinheiro correr com meu terno
à meu pai eterno que ele venha me socorrer
e vejo que é ali que encontro o abraço singelo,

Morro só essa vez, pela aventura que foi viver.
Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Aquele nosso dicionário.




È inevitável te amar,
Sei que um dia vou te encontrar,
E na avenida principal da cidade,
meus olhos com o seu se ascenderão
os mesmo olhos que por um bom tempo levei em meu coração.
E este belo dia chegando,
da nostalgia dos tempos vamos falar,
mas juntos sobre o amanhã vamos pensar.

Ás vezes que chorei foi sobre a vida que duvidei,
sentado no sofá ouvi a chuva cantar
o som melancólico que me abraça,
aguardando você chegar,
para aquela conversa a gente terminar.

O nosso dicionário vamos trocar
e na 1 pessoa do singular,
vou conjugar o verbo amar.
E assim, entregar a doce ternura de ter alguém
para os sonhos compartilhar.

Estranho pensar, mas te entendo mais que um velho amigo seu,
e com meu violão vou tocar, algumas musicas pra você lembrar
o tempo quando começamos à amar e, aquela poesia, aquela velha poesia que nos fez amar, dessa vez ela vamos viver.




Eduardo Brasileiro.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Experiência de Deus.


É preciso navegar nas cavernas mais escondidas de nosso coração, e ali encontrar a chave de toda uma vida, a palavra que sempre te conforta sem ao menos ser falada, o joelho que se dobra sem ao menos tê-lo visto, o sacrifício que se estende por um gesto de amor. Isso é Deus. O completo que está no incompleto, o divino que se entrega ao profano, o amor incondicional pelo ser que pode amar sem amar.


Todo ser pode então amar, da vivência em comunidade à oração feita em silêncio no seu quarto, a demonstração da fé, rege a inefável busca do homem ao amor definitivo.Viver é proclamar sua fé, logo, o homem que não crê não vive. Das histórias do povo que no deserto caminhou, até os tempos de hoje, vendo uma criança elevar suas preces ao “papai do céu”, temos a certeza que existe em algum lugar acima dos telhados do mundo um ser que ali nos observa como o chamamos; Yaweh, allah, senhor, Deus... A reciprocidade do amor de Deus para com todos, é vista nos rostos daqueles que souberam viver o mistério de sua vontade e ao encerrar sua jornada dizem saudosamente; “encerrei minha jornada, guardei a minha fé.” Ter Deus é derrubar os limites de nosso enxergar.


Não negue seu espírito sedento pelo rio que sempre estará dando águas, saibamos viver a experiência do Deus que diz sim a vida e não a morte, ao mesmo Deus que diz sim a ideais profundos do coração humano e não a alienação, o que sorri com nossas piadas e não o que é opressor. No Deus que te pegou no colo e disse; “Vá brincar, mas leve a vida por onde caminhardes”.


E no desfecho das cortinas de nossa vida, ali estarão as respostas para tudo que um dia professamos.
Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

“Dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.


trabalho teológico. analise exegeta sobre a narração bíblica;



. “É lícito ou não pagar impostos a César?” (Mc 12, 14b), “dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12, 17),


Jesus, nesse discurso escatológico aponta aos cristãos um grito revolucionário, mostrando que o que é do homem é do homem, o que é de Deus é de Deus.
Deus não quer imposto, com efeito, quer uma vida em abundância para todos, o que não é visto na vida do povo daquela época tanto camponeses como o povo da cidade. O anúncio de Jesus é o anúncio da paz e os romanos já anunciavam uma paz ( pax romana), com guerras e massacres, ele (Jesus) apresenta aos cristão que Augustos não é Augustos, todavia não sendo detentor dos poderes divinos, era somente César o imperador, o Messias não vem com uma política a derrubar o poder do império e sim, uma política que derruba valores do império.

Sejam profetas e anunciem o nome de Deus sem o temor das conseqüências, quando vemos o que é ser profeta aprendemos a rejeitar a dominação romana e damos uma forma nova forma ao viver. Conseguimos enxergar a olho nu as moedas sendo entregues a César ao assistir o governo beneficiar os poderosos e derrubar os fracos. É fato lembrarmos no cenário da idade média onde a própria igreja “cobrava para entrar no reino dos céus”. Uma heresia contra os ideais da vida.

Política e religião devem estar em comunhão, mas não devem ser opressoras, pois o único poder é o divino, onde Deus é o centro do universo.



Eduardo Brasileiro.
foto: Iasser Arafat e um garoto(soldado).

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sonho meu


Quando no instante te olhei,
minha vida encontrei,
nos sonhos suntuosos de nostalgia,
eu somente sentia o que você sorria.

Minha vida amarga e fria
tornaste completa com a sua alegria,
com os lábios que pude sentir
estranha sensação de que já estive ali.

Então minha vida entregaste.
no caminho que te achaste
com medo de dizer,
que nesse amor posso ali morrer.

Eu disse amor, pois, me lembro,
que um dia me apaixonei
e nas flores chorei, mas sem medo de sonhar.
a você amor, vou me entregar.

Nos seus cabelos descansar,
em seus olhos me encontrar
e juntos sermos um,
e viver o que sou estando em você

Não acorrente nosso sonhar,
Pois, somos duas vidas
Aprendendo a amar.
Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sem asas para voar




Isso é vida real, a fantasia guardo no céu de meus pensamentos. O que hoje lhes digo é o relato de um homem, somente um homem que sorriu quando criança, sonhou sendo jovem, lutou como um homem. Mas ele partiu.


Já fui você. O que fostes em um dia ensolarado, o que foi com sua namorada no cinema e com seus amigos nas confissões.


Sou uma ópera ambulante proclamando notas baixas ás mais altas. Você quis, eu fui o mal, fui o bem disfarçado, abri meus olhos estava perdido era um robô, uma maquina que sorri do que me faz chorar e chorar do que me faz sorrir, por você, maldita destruidora de homens... Sociedade, meio em que eu, não sou mais eu, pois, você me devora.


Hoje eu matei um homem, esse homem fui eu, deixei de chorar pelo o que eu quisera ser, tornei-me mais um pela minha fraqueza, a fraqueza de não conseguir olhar em seus olhos e dizer: não. Duas vidas você do seu lado e eu, do meu. Sendo o que todos são menos o que sou.


Perdido no oásis de meus sonhos, me pergunto se eu, ainda posso ser o que nunca fora ...Nesta terra de gigantes.






Eduardo Brasileiro.

domingo, 11 de novembro de 2007

Minha terra


Alí é o meu lugar,
onde já sei conversar,
onde encontro o mesmo luar,
é lá que vou descansar.

Numa terra que te fez sangrar,
o sangue dos mártires deslizar,
na rua que crianças ao brincar,
amarelinhas se põem a desenhar.

Sem pensar, sem vacilar,
nesta terra que o povo aprendeu a trabalhar,
sem negar e bem aventurança de ajudar.
Povo bonito que vai além de só rezar.

E nos oásis de meu pensar,
eu não aprendi a hesitar,
pois, sei senhor, se me apaixonar,
a essa mulher vou me entregar.

Filhos eu vou criar,
e, ensinando-os a ganhar,
mostrarei a beleza de dar.
E no por do sol, sobre o mundo vamos conversar.

E quando tudo acabar,
meus amigos vão chorar,
por um homem que o que fez foi sonhar
e, só quis viver para amar.

Nesta terra, contigo vou ficar.

Eduardo Brasileiro

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sorria, apenas sorria.


Preso, não mais. As amarras que tinha do normal me transformaram no bem maior do sentir.

Sentir um sorriso ao acordar e dele o abraço apertado que o sol nos dá, um sorriso que se doa e o seu brilho é o coração.

E pela tarde poder rir com uma boa piada, e nessa piada se deliciar com o carinho de quem eu nunca tivera a intenção de conhecer, neste instante não somos senão a reciprocidade da felicidade. Quem vive escreve uma vida, quem faz sorrir, escreve duas, três... lembre-se viver é mais do que apenas viver.

E durante a noite debruçar-se em gargalhadas, então na hora de dormir descansar para amanhã viver; a arte de sorrir quando o mundo lhe diz não.
Eduardo Brasileiro.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Finados.


Um dia, hei de passar por um dos cemitérios de minha terra e alí me dizerem – é aqui que o seu José esta enterrado - não me importa o prefeito, o escritor a celebridade ou a miss Brasil. Já basta o seu José... Gente boa, pouco conhecido, amigo de todos, de olhar singelo, de baixa voz ao falar.

A comemoração do dia de finados trás um momento especial para lembrarmos daqueles que foram e aqui deixaram sua história, fatos, escritos, ensinamentos, um abraço, um beijo aquele que foi e comigo deixou algo, um sentimento nostálgico que faz crer que o melhor foi vivido. A morte nos espreita, e nós seres tementes a ela nos alicerçamos em nossa fé, acreditando no ser que rege por nós Deus.

Eu, homem como qualquer outro, sei que quando morrer não quero que vão chorar no meu túmulo, mas quero que dêem risada com minhas piadas, e leiam o que um dia sonhei. Debaixo da terra todos jazem por uma vida igual à de todos, e não é ali que se encontra o cortejo de nossas almas, não aqui onde minh’alma não á de descansar. É lá, onde todos me conhecem e as ruas não têm nomes, elas são retratos do que fomos, somos e estamos criando.

É lá, que eu sou somente eu, o poderoso é só mais um e o seu José, é o seu José... um bom lugar pra descansar.



Eduardo Brasileiro.

domingo, 28 de outubro de 2007

Terça feira de carnaval.


Foste um dia estival,
mas para mim só era Carnaval,
isso que banaliza o que somos,
e esquecemos do que fomos.

Eu, que não era eu,
somente mais um nos braços seus,
não tinha mais autonomia,
meu sorriso não era alegria.

O meu dançar que deixei sem notar,
só os pés que se punham a bailar,
fui mais um sem esperança,
que entregou ao mundo sua confiança.

Amanhã estaremos de luto,
é quaresma período bruto,
e na ironia do perdão
escrevemos mais um ano de ilusão.

Oh poeta bravador,
que declara sua dor,
em uma cidade,
que neste dia só é felicidade.

A você que hoje também é melancolia,
eu me prostro com nostalgia.... do que fomos.
Carnaval, Carnaval, Carnaval,
eu fico triste quando chega o Carnaval.



Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Paixões.


É, essa sensação não é nova, mas é diferente. Paixão eu já senti inúmeras vezes, ela vem e vai, trazendo consigo as certezas que se tornam incertezas de ser eterno. Dos pores do sol que partilhei todos ficarão guardados, mas a cada tarde o sol parti, e então, vem a aurora trazendo com ela novas sensações, e eis que ela surge, não veio com outro nem prata e sim, com um olhar abrasador e um sorriso de uma estrela. Lá vem de novo, essa paixão que transforma, ocupa meu dia-dia e que consome o meu amar que deseja ser consumido. Paixão que eu temo, o temor de te perder, quanto mais em nossas conversas me faz feliz mais eu a quero sorrindo, paixão que quero para sempre, e que o pra sempre seja tão eterno como o seu sorriso, paixão que não é amor, mas finge ser.

Suas idéias são o sopro que dá vida ao meu pensar, como um vendaval é minha vontade de ver-te e tê-la.

Hoje sei, que essa paixão é como uma rosa ao abraçar um oceano, correndo em seus braços vive o mais ardente dos sonhos. A rosa um dia morrerá, entretanto, essa paixão... o tempo dirá.


Só são duas vidas aprendendo à amar.

Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Solidão


Solidão fonte necessária, o homem é um ser só, sua magnitude é conseguida a sós. O vazio em seu peito é o medo, inimigo da solidão.

Preciso me encontrar e, é dentro de mim que encontrarei minhas dúvidas, minhas certezas, o meu sonhar e o meu chorar, só ali que verei... Quem sou eu.

Um furacão ou um longo vento, o que devo ser, senão eu mesmo me conjugando nas paredes de meus ideais, tentando conhecer a terra que nunca fora almejada e as palavras nunca ditas. O eu, que descubro que somente eu posso ser, dúvidas do mundo, certeza do vento que me abraça, é assim a história de um homem que pela arte faz o seu dançar e na poesia o seu falar, incerto para todos, certo para você mesmo. Ser você é caminhar só, mesmo tendo todos ao seu lado. É amar enquanto pensam que é indiferente. É viver o real em um oásis. É cantar o mais ardente dos sonhos no túmulo de alguém que não viveu.

É doloroso ver o enterro com poucas pessoas presentes, dói em saber que pode ter sido muito, em que pensam que é um nada. Ainda existem jovens assim, que pela madrugada não dormem e ficam apreciando o silêncio que nos cala, acho que sou isso...

O velho que quando morreu deu o último suspiro como um jovem sonhador e, não temeu, pois, a solidão que o abraçou lhe fez cortejo em sua cerimônia e tratou de chorar por mais um sonhador.



"O seu sonho é do tamanho do vazio em seu peito."
Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Não chore.

"Não chore está tarde..."


Olhos que expressam a dor, os mesmos olhos que não encontram a solução. A solução do brilho que não é mais visto.

Eu, que ontem completo, hoje vazio, sou o que tu me fizeste pelo perfume que não posso sentir, os lábios que só o tenho em sonhos, o abraço que só o trago na memória. Minha doce criança, que nunca fostes minha, mas ao seu lado estar, já basta.

Nesta tarde chuvosa de Outubro, proibindo-me de chorar, a paciência corrompida pela lágrima, ali jaz um ser humano, que ao seu lado foi tudo, mesmo sendo nada para ti.

Em meu andar melancólico, passos querendo viver do passado, em meu piano notas de dor expressando as palavras nunca ditas.

Estava tudo quieto, nada mais era ouvido além da saudade que me abraçava em silêncio. E o vento que batia sobre meu corpo, era o amor que me devorava, e foi assim, por amar sem ao menos ter dito que amo, que meus dias foram consumidos e eu morria ali. Pobre alma pecadora sem direito a honras e cortejos nem ao menos a um beijo.
Eduardo Brasileiro.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Vida de tolo?


Encostado no sofá vendo minha vida passar,
tudo que fiz, tudo que sonhei, tudo que conquistei,
as coisas erradas, e aquelas que se não tivesse feito,
nem tudo estaria como é.


Os pulos dados no quintal da vizinha em busca da bola,
a brincadeira na rua com meus amigos, que só os tenho em memória,
meus amores, meus amigos inesquecíveis, meu primeiro encontro,
e o momento que fui pedir a mão dela.... meu sonho um corcel 73.



O primeiro porre de felicidade, minha primeira filha, e o primeiro genro a cruzar aquela porta,
a primeira vez que levei a família ao zoológico.
Os jogos de futebol aos domingos no campinho da esquina,
aqueles finais de churrasco e eu sozinho na mesa, e de fundo Raul tocando: ouro de tolo.
que me colocava a pensar, que se tudo não tivesse sido assim, onde estaria?

E hoje com os joelhos fracos, sentado neste sofá, seguro os remédios que me ensinam a viver, com olhos cansados, vou vendo as crianças passando na rua brincando e...
ah estou entendendo o sentido da história que está se repetindo, e eu com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte passar e me levar.



Eduardo Brasileiro
Inspirado na obra de Raul Seixas; Ouro de tolo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Eu, contrário de você.


Tinha seus doze anos, não olhava muito o rosto das pessoas, tão pouco conversava, sereno, e singelo, pequenos sorrisos dados como gesto de agradecimento. Era ele, esse menino pequeno entre os outros, mas o maior entre eles.
Eu mais velho com 16 anos, o chamei para que jogasse bola, sem responder só nos seguiu, começamos a jogar, ele ficou em meu time o resto de meus primos sem dar conta dele foram jogando, e passavam a bola sem muita festa, eu fazendo minhas graças fui tirando sorrisos, inclusive o dele, mas ele não se manifestava. Todos sentados, brincando e contando histórias, percebia o distante em algo que para ele era melhor. -Tendo terminado os parabéns, fomos na Internet todos a discutirem sobre photoshop, orkut, MSN e claro, meninas, ele estava lá normalmente, sorrindo com as piadas. então foi no instante que olhei para trás ele estava de cabeça baixa e face pensativa, eu então voltei a olhar para o computador, mas quando virei ele não estava mais lá, depois sem ninguém perceber fui procurá-lo, o encontrei a frente do jardim, olhando a paisagem foi quando parei e comecei a ver.... meu passado, e quem eu fui, o que eu fui foi esse menino, quieto, tentando ser simpático com sorrisos singelos, pensativo e criando em sua mente, um mundo só para ele. Um mundo que eu, fazia as piadas e os outros ririam, o mesmo mundo que eu com meu grupo, discutia o que me interessava. Então compreendi tudo, não o chamei de novo, resolvi deixá-lo vivendo os melhores sonhos dele, sabendo que um dia ele irá acordar, e daqueles olhos cairão lágrimas, cairão os sangues da batalha e também saíra à face da felicidade e do amor.
Sonhador, poeta do viver, rei de seu mundo, o cara que ainda acredita que todos são bons. Quisera eu, ter conversado com você, depois daquela hora só voltei para dizer-lhe tchau, nunca mais o vi, mas sei que me marcou, e rezo para que seja sempre forte nesse mundo que ele é contrário de milhões.


Dedicado á Guilherme

Eduardo Brasileiro

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sou eu.


Hei você se acha que está tudo bem? Mais uma vez, você tornou-se a decepção, caído no sofá de sua casa chora a pessoa que não é. Mesmo assim vai para o banho continua você mesmo.

Hei fraco, não grite comigo, pois, você que negou quem você é, sozinho você está, mas não em liberdade, preso a quem o ama você sorri, torna-se mais um somente um, olhando no espelho, vê seus olhos não brilharem. Ah por favor, não acorrente sua alma, viva o que quer e sonha. Eles estão sorrindo, deseje-lhes isso, mas não é ali que você deve estar sorrindo. Temos passagens é chegada a hora de procurar onde está, abra os braços não tema quem estão ao seu lado eles lhe darão espaço, chore mas não mais que duas noites, você aprende que o que importa é saber que a pessoa que você ama, está bem, onde quer que seja, enfrente o mais forte, mesmo sabendo que irá perder, não fique na duvida de ter tido ganho.Seus ideais são você, não deixe que o massacrem, está chorando? Amanhã vai sorrir, está com medo? É a barreira de seus limites conhecendo a terras não colonizadas, você é dono de seu mundo, não crie muros ela trás a guerra.

Estou aqui, não faço muito, só lhe dou minha presença, meus pequenos anseios de carinho com a língua, quero vê-lo vencer, mas só peço uma coisa...dê um abraço, isto já basta.



Eduardo Brasileiro

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Você e eu.




Você e eu, não somos isso, somos nós.
Dois mundos, perdão pelos meus erros,
você reclama o que não sou. Eu critico o que não és,
mas do que adianta somos cúmplices, do amor que é um.



Ah como é bom em seus olhos me perder,
em sua boca deitar meus sonhos,
e encostado em você só sentir o silêncio,
silêncio seu, que completa meu viver.


Saudade me corrompe a noite,
paciência de meus ciúmes bobos,
aprendi a gostar de seus chiliques,
pois, foi aí que vi. Te Amava mais.


Dizendo eu te amo, é tudo que expressa,
esse “meu”, opa “nosso” conjugar-se.
Vendo-a novamente sei que,
vou querer abraçá-la, basta isso.


Em seus braços me perder,
porque eu, parte do nós,
em você, sou somente eu.


Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Pra você mãe.


De manhã lá vem ela com um belo sorriso me dizendo para ir para a escola. Mal humorado eu levanto sem muito papo, me assento para o café e perguntando sobre o que vou fazer no dia derrama-o em minha xícara. Que conversa é essa, todos somos quietos ao acordar, cada um vivendo a gota de mau humor e a preguiça de mais um dia, sem pouca demora vou para a escola, e lá sei que se olhar para trás, ela vou encontrar, mas o que bate no meu peito é ficar distante, quero crescer, ser eu. Mesmo tudo que sou sendo dela.

Mãe quero ser poeta, quero sentir o valor de me amarem sem ao menos amar, multidões sorrindo para mim, e comigo proclamar meus ideais. De não ter um futuro desenhado há anos, mas desenhá-lo a cada instante. Mãe estou partindo quero viver e amar quem me ama, como todos aqueles em filmes, documentários, novelas são. Eles mesmos.Hoje poderia viver tudo ao meu redor, mas o distante me chama, às vezes sinto falta e da saudade me comprazo, dos tempos que jogava amarelinha na rua, tento sentir os beijos que recebia antes de ir pra a escola, e do lanche que me fazia com muito carinho. Às vezes me pergunto se os meus gritos a ela foram certos, mas viver aprisionados nos braços de quem se ama não resume uma vida, já a saudade resume aquilo que de melhor foi vivido, o “eu quero voltar”.

Chega uma hora que seus sonhos se tornam um porre, e eu, que me tornei o “EU”, quero ser só mais um, um com o sobrenome silva ou o pequeno brasileiro, gente fina. E encerrar o sonho de minha vida como na idéia de Michelangelo com a obra “pietá” , nos braços de minha mãe quero partir pois, foi lá que aprendi a sonhar.



Eduardo Brasileiro.
Foto: "Pietá" de Michelangelo(1498 e 1499)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O Bom sacristão


O bom sacristão, vagarosamente caminhando, levando consigo um punhado de chaves que até Deus duvidara qual é qual. Olhos calmos, de tão calmos que o silêncio da igreja o tornou, sem pressa arrumando os objetos para a santa liturgia, vai proclamando entre as ave Maria as graças de uma vida de lutas e vitórias protegidas pela sua santa mãe.Da porta central até a sacristia, vai olhando humildemente ao Deus da cruz, e nele colocando preces para que seus joelhos tão cansados nunca se cansem de prostrar-se a santa Eucaristia. Passando sobre a padroeira arruma-lhe o escapulário e enfeita-a com rosas, ali com olhos fechados, pede por todos que um dia colocarão a mão e fizeram seu pedido.

Os coroinhas que vão chegando, abraça-os e faz suas brincadeira tratando como filhos que nunca pudera ter. As velas vão ascendendo e a luz que guia a humanidade, e também sua fé vão chegando novamente iluminando a igreja.
O Povo vai chegando e os “donos da vez” tomando sua posição, ele vai se escondendo no meio da grande assembléia, para ver mais uma, e especial vez que o senhor senta-se com seu servo, e vai o ensinando ser um pouquinho mais, no Mundo que ele não é nada, somente um bom sacristão, que um dia, somente deixará lembranças e saudades... pensando bem ele foi tudo no mundo que pensa que ele foi um nada.



Eduardo Brasileiro

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Diários de um profeta


Foi numa noite comum, sentado em meu pequeno sofá na avenida Paulista com meu único e fiel amigo Totó, que comecei a olhar minha vida, com olhos fraquejados pelo cansaço e destemidos por causa das dores: minha casa, minha amante, a garrafa que nunca disse tudo bem, mas me dedicou suas gotas de vida. Estou aqui na doce S. Paulo, cidade que me viu nascer e hoje me fez um nada, um lixo, um filho não querido, um esquecido.
O resto de uma minoria sem sonhos, mas uma maioria desprovida de si. As esquinas? Os encontros e desencontros dos meus sonhos. As pontes? Um cobertor que me abraça. Os homens que passam sem perceber? Irmãos que um dia me desprezaram. Mas sei que me amariam se tudo não fosse assim. Lamentações, desesperança, nada a fazer.
Às vezes, com meu carrinho de objetos, custo a passear pela cidade, carrinho este que um dia me aqueceu, divertiu, completou o momento de vidas vividas em seus apartamentos com olhares de dó, misturados com a omissão que fecha suas cortinas de seus temores. Já a cidade... Ela vai vivendo seu cotidiano, e eu sou apenas um estorvo que atrapalha o trânsito, levado em xingamentos. Esbarrando nas pessoas, não ouço nem o “desculpe”, só olhares que nem aqui estão.
Não sei se sou profeta ou, se de tanto pensar, tornei-me um ancião. Só sei que o que não fui eu nunca quero ser, pois aprendi que vivi mais do que muita gente que teve tudo que quis. Conheci a amizade verdadeira. Senti o amor sem distinção e pude fazer novas pessoas sorrirem com minhas músicas de um bêbado que diz ser “patético”.
De falta não fiz doer, tampouco do que tinha que aprender: só comecei a viver.
Eduardo Brasileiro
revisão: Tiago Cosmo

sábado, 15 de setembro de 2007

Amor da minha vida




Hei amor, não vá!
o que fez em minha mente?
A dominou e eu, escravo e amante,
sempre entregue.

Hei amor, se for saiba do que levarás
porque foi naquele dia que nos conhecemos
que eu me tornei, a sua dor e sua felicidade.
A explosão em meu coração, duvida do me sentir completo,
certeza do bem que me fazes

Você se lembra tudo que fizemos juntos?
Tarde, noite, manhãs
do “meu” e do “seu”, que se tornou nosso.

O amor que eu cobro foi só o que dei,
traga de volta, aquilo que destes um dia,
pois, amar sem você é um amor comum,
amar contigo é o amor simples e sereno
que quero só pra mim.

Mesmo você indo lembre-se...
eu ainda te amo,
eu ainda te vivo,
eu ainda te quero.
O que eu quero é viver, o amor sem condições que me destes.

Porque você sabe que somos cúmplices de uma aliança do afeto, fique ao meu lado...amor da minha vida.

.... Pour toi ma belle rouge


Eduardo Brasileiro

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Essência



O fundamental de minha substância de uma forma bem concentrada.
A minha essência, grande amante em uma constante busca. Às vezes sinto falta do que me completa, logo vou para onde me escondo, onde eu sou eu, onde o que eu serei importa do que eu estou sentindo. Minhas idéias, meus temores, meus sonhos, pequenos sonhos, que vão me fugindo com o desenhar de meus caminhos, a genialidade que corre pelas mãos e pelos diversos timbres de minha voz, são retratos do cara que sou, fechado em meu quarto com o livro na mão, no coração sonhos, pequenos sonhos e tantos ideais que carrego com o cortejo de honra do meu ego.
A Sabedoria de minha essência que me faz sofrer pela verdade do mundo. Sou o resto de uma aliança corruptível só tenho a mim mesmo em meu quarto.



Eduardo Brasileiro

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Eu Etiqueta.


Trabalho de reflexão, poema "Eu etiqueta" (Carlos Drummond de Andrade 31/10/1902 Itabira/Mg - 17/08/87 Rio de Janeiro)




Impulsionados pelo grande dilúvio de informações o homem torna-se uma etiqueta, objeto industrializado, que caminha no dia-dia trazendo aquilo que não não é. A geração que deixou o seu "eu", pelo plural que a nós foi imposto.

Outdoors ambulantes, somos anúncios do que não somos. uma "coisa" é o que nos tornamos.


Eduardo Brasileiro

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Imortais?


Até quando será imortal?
Durante quantas gerações, seu nome percorrerá pelos lábios de seus?
É difícil enxergarmos nossa insignificância, ou sendo menos dramática, nossa pequenez perante um ser maior.
Uma vida a ser vivida, nascemos sabendo nossas imperfeições, e morremos inconformados com ela. Um trágico final para quem afirma ser o dono do Mundo. A busca pelo inatingível(a Onipotência) foi o que carregou e empurrou o homem durante séculos, que nunca chegou ao domínio total, pois, sempre vinha um outro que apontava aos céus, dizendo que o maior se encontrava ali. Nos conformamos, mas mesmo assim, algo está incompleto foi quando o homem percebeu que o vazio era por outros homens, vimos que não conseguíamos nos organizar, não conseguíamos ficar em paz, não conseguíamos contentar a todos, então, ele se fechou e resolveu se realizar sozinho, e conseguiu. Criou a guerra, fez a corrupção, fez o preconceito, pois, estamos falando do Egoísmo, o método de ver só a si mesmo e ter a glória sem medidas, mas calha-nos a pergunta, até quando?
Hitler pelo seu ato desumano.
Judas pela traição maior de todas.
Leonardo da Vinci por suas obras.
Napoleão pela revolução.
Jesus pelo caminho da salvação.
Não importou serem bons ou ruins todos se tornaram imortais. Mas como eu serei imortal?Eu cidadão de bem, que trabalha de segunda a segunda, e não tenho tempo de tomar uma bebida com amigos, porque vou fazer comida para as crianças.
Ai que está. Muitos nascem mortais, outros imortais, mas a beleza da vida, está em marcá-la. E crermos que para alguém, além desses céus, somos todos eternos.



Eduardo Brasileiro

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Tarde bonita


Os pássaros aplainavam na beira do mar,
O outono já partia, e as flores secas do vivido,
O último raio fulgurante do Sol,
A Natureza dando sua beleza e amor.

Aplainada com seus sonhos na beira do mar,
Os passos vividos como lição tomada,
E meus últimos raios, para amanhã renascer.
Sou isso o humano vivendo o divino.

Porque foi nesta tarde bonita,
Que vi meu amor passar,
E um outono recomeçar,
E dessas flores eu hei de me apaixonar.


Eduardo Brasileiro

sábado, 25 de agosto de 2007

Á Amedeo Modigliani


De tão grande que fostes.Tão incompreendido que sejas.A paixão pela vida, o fez um simples apaixonado,Tentando compreender o que nunca poderia ser.A Busca de ver com os olhos comuns,
O que só pudera ver com os de um Deus,
Nos pesadelos de uma vida vistes o sonho de uma criança,
E no sopro de uma vida, os comuns apegos humanos.

Na genialidade de ideais, o prazer pela vida.
No desafiar de um homem, fizeste o murmurar em seu túmulo,
A mulher que tomastes, tornou-a entregue ao amor destrutivo,
E na renuncia pela vida o amor incomensurável pela arte de viver.


Eduardo Brasileiro

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Geração do amor.


A década de 70 foi marcada pelo grito nostálgico de milhares de jovens brasileiro em busca de liberdade de expressão.
Décadas se passaram, e, estes jovens trouxeram uma nova geração. Motivados pelo inconformismo de seus pais, o que essa geração fez foi se acomodar com o trabalho já feito por eles.
Diante de tantas vemos a nova geração de jovens, sentados no sofá, assistindo novela, tomando coca-cola, saindo pra balada e voltando 6 horas da manhã. Mas qual seria o grito nostálgico dessa nova geração?
“Queremos curtir, queremos amar, porque a vida é muito pequena para o sonho de um jovem”.

Que curtir é esse? Que amar é esse? Que sonhos são esses?
-Sonhos consumistas e materialistas.
-Amar sem compromisso, e beijar sem razão.
-Curtir não se importando com as regras, o que importa é ser feliz.

Onde estou? O que foi feito dos jovens revolucionários? O que foi feito da consciência de milhares?
Estão por ai, lendo e escrevendo fofocas em jornais, roubando em seus escritórios e lucrando para si, e, a quem eles ironicamente dizem amar, rindo de casos de família dos nossos políticos, choramos com novelas, dormimos com armas debaixo do travesseiro, e amanhã não sabemos se estaremos empregados.
Dizemos não ter preconceito, mas julgamos ao olhar para o tênis que o outro usa.
Mas mesmo assim afirmamos: “amamos a quem nos ama, e só queremos paz.”

Onde está o amor? O que você fez para a paz?

Somos a geração do ego sentimental, e da utopia de uma vida.


Eduardo Brasileiro
foto:Martin-luther-king

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Gente boa.


É quando eu passo pelas ruas de minha terra,
e logo, vejo as crianças na rua jogando bola,
as mulheres na escada conversando sobre o lar,
o senhor que ao fumar vê que o moderno sempre vem,
mas o homem nunca irá mudar.


As cadeiras postas ali, trazem estórias de domingo a tarde,
as fachadas humildes, construídas com amor,
os homens que com empenho saem para o trabalho,
e os oficiais que com orgulho cumprimentam os moradores.


É ai que tem gente boa, a gente da esperança,
gente que o dia nasce e leva consigo uma lição,
gente que vive sem negar um tustão,
gente que quero sorrindo como uma nota de canção .



Eduardo Brasileiro

terça-feira, 24 de julho de 2007

Por onde andei.


Os caminhos que trilhei,
as histórias que contei,
o destino que mudei,
amigos que deixei, e, aqueles que ganhei.

Dos amores que sonhei, trago em memória.
Daqueles que ganhei, um tive que escolher,
e este fiz o mais feliz possível,
entreguei-me e fiz entregue.

Das estradas que passei,
dos meninos caminhando até,
o senhor rezando, algo senti,
mas não sei se vi.

Tudo que vivera até aqui,
foi do sonho que consumei.
Hoje parado nos caminhos já trilhado,
o que quero, é trilhar mais.


De tudo que já tive,
só carrego minha bolsa de memórias,
na marmita velha me alimento de esperança
e nos passos vagaroso vou escrevendo meu futuro.



Eduardo Brasileiro

domingo, 15 de julho de 2007

Foi você




O que fizestes comigo?
este barulho estrondoso sem ao menos gritar,
o vazio que ecoa dentro de mim, sem ao menos entrar,
tornei-me um escravo sem sua dona,
um rei de tal amor, mas sem o seu povo.
tornei-me o choro da tarde,
o lamento da noite,
e você o meu sonho e o pesadelo.

Como é ruim tê-la e não poder beijá-la,
como é ruim sentir e não pode repartir contigo,
o falso barulho da noite batendo na árvore perto de sua casa é meu espírito gritando,
o olhar que você dá de relance ao telefone é minha vontade de te ligar,
e quando você fixa seus olhos por um instante em algo e lá viaja em pensamentos, é o lamento do meu choro por te perder, sem ao menos ter tido você.



Foi você que gravou no meu coração o seu nome e tudo que senti,
podes não ser eterna neste Mundo, mas, em meu coração se tornou. Quem me dera ter feito o mesmo em você.






Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Humanos.




Só nós podemos reorganizar o presente alterando totalmente o futuro,
só nós acreditamos em um futuro melhor, não nos contentando com o presente,
só nós podemos fazer a paz, como em um piscar de olhos podemos destruir com a guerra,
só a nós foi dado o presente de filhos queridos e de tão queridos o perdão de todos os erros.


Porque só nós sabemos que, o que já foi é metade do que aprendemos para não mais errarmos,
porque só nós escrevemos nossas idéias no papel para que um dia sirvam de ensinamentos,
porque só nós acreditamos em algo maior que o sofrimento, o amor sem distinção,
porque só nós não nos sentimos completos não sabendo de tudo.


mas então o que somos?
somente nós, humanos imcompletos aprendendo a ser completo com o outro.





Eduardo Brasileiro

terça-feira, 3 de julho de 2007

O Abismo


Separados pelo abismo, dois Mundos diferentes:


- De um lado, o nosso Mundo, o dos abençoados pelo destino;


- Do outro, o triste Mundo da maioria de excluídos, esquecidos, ignorados pelo destino.


"Como a vida é frágil sem o calor de outras vidas."



Eduardo brasileiro

quarta-feira, 20 de junho de 2007

I Never Cry.


As lágrimas que o artista diz ser de seu suor,
as mesmas que fizeram o músico compor,
são de um coração que grita,
do céu aos confins da terra.

Eu nunca chorei, observei parentes indo,
amigos vencendo, amores incompreendidos,
meu coração não é mal
e sim virgem do amor nunca sentido.

Eu nunca chorei, a noite vendo TV
até ela desligar e no sofá me abraçar,
os sorrisos ao espelho, meu caderno,
o único amigo que me ouviu.

Eu nunca chorei, penso em ser cego,
talvez não chore, pois,
a lágrima que acabei de derramar,
foi o último grito de meu coração,
que jamais será ouvido.

Nunca poder mostrar o que eu era, ou sou,
fui só um homem em busca do baú de ouro nunca aberto,
que derramou sua última e única pedra preciosa,
em uma rosa que nunca foi cheirada.

Eu só uma vez chorei, para nunca mais,
i never Cry.



Eduardo Brasileiro.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Amizade.


Amigo te quero bem,
como também quero esse bem para mim,
estejas comigo para que partilhemos isso,
esse bem estar na partilha do sorisso.

Indo juntos ao mesmo lugar ou não,
longes um do outro ou próximos,
vivendo cada momento ou recordando os eternos,
fizemos aquele momento completo por partilharmos corações.

Partilha da angustia como da felicidade,
sejamos um, e, como um façamos,
pela lógica que sem você não sou eu,
como pela razão de meu vazio ser sua ausência.

Amigos bons amigos,
estive contigo ontem,
está comigo hoje,
estaremos sempre juntos amanhã.


Situações que geraram emoções,
emoções que geraram risos e choros,
risos e choros, que levaram a esse,
te querer sempre ao meu lado.

Fui isso, fui aquilo,
mas o que realmente fui,
foi o que dei e recebi de ti,
obrigado.
Dedicado a: Tiago, Lucas, Fábio, André, Raphael e William.

Eduardo Brasileiro.

terça-feira, 12 de junho de 2007

No fim da rua.


Olhando para o fim espero que ele chegue, o senhor ao meu lado olha também, com olhos desgastados e frágeis fielmente olha para lá esperando que venha.
Sinto algo... Olhando para o fim muitas diferenças e um só ideal, ser feliz. Mas penso quantas coisas ele viu que eu não vi, as coisas que se ele não tivesse feito nem tudo estaria como esta e vejo que é o que quero para mim, a vida marcada por felicidades e algumas tristezas, as doenças que vem e vão, os amigos, os prazeres, os sonhos que fazem ele estar aqui.
Sinto-me bem ao lado dele, olho para ele e o olhar longe almeja outras coisas, que um dia quero sentir e almejar, mas no fim...No fim da rua uma hora virá um ônibus e talvez ele ou eu pegue, então nunca mais o verei, o que ficará na memória será tudo que ele me ensinou só com seu olhar para o longe,
obrigado.
Eduardo Brasileiro

sábado, 9 de junho de 2007

Fé.


A tua fé te faz bem,
a mim ela da força,
ao marido um refúgio,
a mulher um sentimento.

Fé...
ao empregado o sempre crer no amanhã,
ao patrão a graça de ter conseguido,
ao pobre ela da esperança,
e ao rico ela da uma desculpa.

Fé...
a criança um aprendizado,
ao jovem uma experiência,
ao músico uma bela letra,
ao artista uma ótima peça.

Fé...
ao coração um conforto,
as pernas um caminho,
aos braços erguidos uma prece,
A mente um ideal.

Fé...
ao padre e ao pastor um rebanho,
ao presidente e a Rainha uma crença,
ao santo e ao mártir a ultima gota de suor,
e a Deus...

o sorriso de poder estar com quem se ama.


Eduardo Brasileiro

domingo, 27 de maio de 2007

Vida de Tolo?


Encostado no sofá vendo minha vida passar,
tudo que fiz, tudo que sonhei, tudo que conquistei,
as coisas erradas, e aquelas que se não tivesse feito nem tudo estaria como é.


Brincando na rua com meus amigos, que só os tenho em memória,
as vezes que pulei o portão da vizinha pra buscar a bola,
meus amores, meus amigos inesquecíveis,
meu primeiro encontro, e quando fui pedir a mão dela, meu corcel 73.


O primeiro porre de felicidade, as tantas vezes que fui jogar no campinho da esquina,
minha primeira filha, e o primeiro genro a cruzar aquela porta,
a primeira vez que levei a família ao zoológico,
aqueles finais de churrasco e eu sozinho na mesa, e de fundo Raul tocando: ouro de tolo,
aí eu penso que se tudo não tivesse sido assim, onde estaria?


Com meus olhos fracos, vou vendo as crianças passando na rua brincando e...
ah estou entendendo o sentido da história que está se repetindo,
e eu com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte passar e me levar!
Eduardo Brasileiro

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Não sei

É não sei, talves ache mas quem sabe, um dia entenderei
o conceito está feito as dúvidas também, mas o que devo saber...
não sei, apenas acho e não vou achar o que não sei,
mas não vou calar só por que não sei,
vou fazer, no entanto trarei como se não soubesse,
por que não é que não sei, mas eu acho.

Talves o que ache esteja errado e no fim não saiba,
mas ao menos achei, mas se achei e não expressei eu perdi,
perder é como achar, você tenta e não consegue,
você faz e verá se está certo só mesmo quando errar ou acertar,
hoje eu acho mas não arrisco, por que não sei, mas se soubesse...

Ah como seria mais fácil, mas como nada é fácil,
e tudo é não sei, e eu só vou achar...
e se achei, não sei se vou acertar.


Eduardo Brasileiro.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Quero-te Bem.


Quero-te feliz, e o que posso fazer para torná-la?
acabar com as guerras? Dar-te o mais belo por do sol,
para que guardes em um pote em sua cabeceira de cama?
ou dar-te um ramo de flores do campo?

Não é fácil sentir o que você sente,
entretanto é mais fácil fazer o que você não gosta,
tentar dar-te o meu amor é como tentar dar o sol e a lua de tão distante,
como um colar que só brilha com sua dona eu quero sua felicidade,
como uma rosa que escorrega nos braços do mar,
como a sutil voz de um educador,
é o que eu sinto este bem querer, mais que querer-te,
felicidade, que brota do sutil, felicidade, que acalma e faz acalmar,
felicidade não se busca em vasos de ouro e sim em vasos de barro,
contendo os mais belos sonhos e mais sutis contos de vida.


Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Amada.


Olho em seus olhos, não sinto a mesma sensação, não é mais a mesma coisa, tudo está cansado, tudo está deixado de lado, você pensando naquilo que te deixa mais longe de mim, e eu correndo atrás para que isso volte, acredito no amanhã mas não posso escrevê-lo sem ter você ao meu lado, faço do meu sentimento não meu, mas sim teu, amar é entregar-se sem importar consigo, entretanto isso dói. A ausência do seu sorriso, de suas brincadeiras, a ausência do seu choro, e da sua angustia, a ausência da sua voz.

Tenho-a distante de mim, e vejo que o meu sonho, não é o seu sonho, então não são os mesmos caminhos, tento caminhar todo dia sem me importar se vou falar contigo, mas é isso que me faz acordar, quero pegar um ônibus e vendo as figuras passarem não lembrar das coisas que fazíamos juntos, quero ver uma garota e me apaixonar, para que por um instante meu amor possa diminuir por você, quero não passar por aqueles dias que você fica mais distante e eu estou correndo, quero não ouvir aquela música de noite que me faz dormir pensando em você.

...

Só quero trazer em minha memória seu olhar, que um dia me fez crer que era pra sempre.
Eduardo Brasileiro.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Enquanto eu caminho...


Enquanto eu caminho, penso...
Vou longe em idéias, confronto meu próprio eu, tentando entender.
Enquanto eu caminho, penso...
Nas decisões que não tomei, nas palavras que não disse,
e naquelas que não precisavam ser ditas,
penso no que a vida me da e eu esqueço de agradecer,
penso nas emoções que sinto, e no frio na barriga que me faz tremer,
caminhando vou pensando nos sorrisos que pude dar,
e no conforto também, nas conversas que tentei ajudar,
nas lágrimas que acalmei, e naquelas que eu derramei,
no que sempre quis ter, mas não tendo puder ver novos caminhos
penso, penso, e lá estou,
sozinho em meus pensamentos, isolado do mundo,
e ali comigo mesmo choro, dou risada, sorrio, amo, acredito,
é tão bom que fico com vontade de ficar alí eternamente.
Eduardo Brasileiro.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Indiferença


O homem é movido por aquilo que o atrái e no momento que o convier, ele pode parar com tudo e ali deixar.
A Indiferença é inexplicável o homem a tem, e isso o torna indiferente, pode amar, mas esta o torna neutro, tendo um amor que não é o mesmo. Nós damos dinheiro a uma criança no semáforo, ficamos chateados no momento, mas quando o sinal abre em nosso coração nasce a indiferença, por nos importamos com aquilo, mas como nada esta ao nosso alcance desistimos, somos só mais uns indiferentes, pois, não abraçamos o mundo, entretanto bem que poderíamos abraçar o nosso meio, os filmes que vemos as músicas que escutamos, somos indiferentes, pois, não importa o que ela passe, só estamos nos divertindo, o que lemos nos faz ter uma idéia, e dela marcamos a linha de raciocínio de uma vida, pena que ela deve ser quebrada. Isso é ruim? Não o homem precisa do novo, mas o velho estabelece.
A indiferença derivada do egoísmo, para nós sempre será o modo com que fomos corrompidos, a amizade se torna indiferente quando o seu viver, é substituído pelo querer sentir o seu coração. Amizade é partilha de corações.
Indiferença é uma flor no jardim do homem, nós a temos, cabe a nós querer colhera.
Eduardo Brasileiro.

domingo, 29 de abril de 2007

No esquecimento


Imune aos desejos que cercam o homem, estou caminhando, não vejo a luz que guia os corações, não sinto as dores, não sinto a presença daquilo que me completa, jogado na calçada de qualquer esquina, que você passa toda hora e não percebe que estou lá, os meus olhos não brilham como se eu encontrasse um amor ou realizações de um desejo, a inspiração que fez do poeta um pensador para mim serve de pensamentos e gravuras que para ninguém mostro, não tenho ao meu lado aquele colega chato, que quando tem muitas pessoas nem dou atenção mas quando estou só, ele me faz falta.
O que um dia pensei em fazer, hoje não faço por que perderam e mim a esperança, e o que eu podia ter dito não digo mais, por que minha voz ninguém mais ouve.
Calado em uma escada, gelada, e solitária, as 2 horas da manhã, choro pela dor que não sinto o olhar que não tive e a oportunidade que não voltou, sinto-me preso em um labirinto correndo contra o Minotauro do esquecimento, quero fugir mas não posso!
Cá estou.
Eduardo Brasileiro.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Critico


Critico, por que o que você me faz não me agrada, faço da critica um meio de chegar mais perto daquilo que me agrada. Tento ser o que ninguém faz, não para que seja o primeiro, mas sim o cara que fez diferente, nem tudo que critico, o meu vizinho vai criticar, por que a cada um foi dado um limite de distancia para a perfeição, por isso que tento ser imune aos bloqueios da vida para que sempre possa ser diferente.
Eu faço dos meus atos, não um modo de ser perfeito, mas de alcançar os meus limites, e a coisa mais triste para um homem é ver que chegou a seu limite, então o que faço, é não limitar- me e sim viajar em minhas criticas que é um modo de ser indignar com algo. É isso o que sempre vamos ser, críticos, mesmo que informados ou não, fazemos dos nossos dias por ela um regresso ou um avanço, por que nem tudo que criticamos esta errado, e nem tudo que não criticamos pode estar certo.
Eduardo Brasileiro.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Cansaço


Olho em seus olhos, desgastados por conta de um dia duro, os milhares contigo neste vagão, vão para casa com um grande cansaço nas costas, o da traição, o de sempre quando abrem o jornal, ver que milhares de reais foram levados de nós para um que nós elegemos, um que nós um dia confiamos.
Encosta a cabeça na janela, vê a beleza de uma cidade que esconde suas tristezas em baixo de suas pontes, pessoas como você, que passam fome, frio e a necessidade de um lar, poderia ser um de nós e isso nos dói cruelmente, você olha para a porta do vagão e vê que aquele povo, indo embora com um cansaço nas costas, e o cansaço, não é de derrota profissional e sim social.
Eduardo Brasileiro.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Viva e deixe Viver!


É você que está dizendo, não sou mais do que qualquer um, em qualquer parte do mundo, fazendo qualquer coisa, pois o que hoje te importa para eu não faz diferença, não porque não me importo contigo, e sim por que tais valores se tornam; supérfluos.
Vivo em qualquer circunstância, faço dela não uma reclamação ou uma vida com muitas dificuldades e sim um simples viver, para eu qualquer momento sempre vai ser simples de viver, pois, vivo e deixo viver, faço isso, não para me mostra perante tu, simplesmente quero mostrar que o seu valor não é mais que o meu, nem que o dele, somos só mais um qualquer.


Eduardo Brasileiro.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Os mesmos


Somos filhos, dos que ja foram filhos, com certeza teremos filhos, que terão mais filhos. somos o passado por que ja foram filhos, somos o futuro por que terão filhos, e somos os mesmo de sempre, por que sempre somos filhos!