domingo, 28 de outubro de 2007

Terça feira de carnaval.


Foste um dia estival,
mas para mim só era Carnaval,
isso que banaliza o que somos,
e esquecemos do que fomos.

Eu, que não era eu,
somente mais um nos braços seus,
não tinha mais autonomia,
meu sorriso não era alegria.

O meu dançar que deixei sem notar,
só os pés que se punham a bailar,
fui mais um sem esperança,
que entregou ao mundo sua confiança.

Amanhã estaremos de luto,
é quaresma período bruto,
e na ironia do perdão
escrevemos mais um ano de ilusão.

Oh poeta bravador,
que declara sua dor,
em uma cidade,
que neste dia só é felicidade.

A você que hoje também é melancolia,
eu me prostro com nostalgia.... do que fomos.
Carnaval, Carnaval, Carnaval,
eu fico triste quando chega o Carnaval.



Eduardo Brasileiro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Paixões.


É, essa sensação não é nova, mas é diferente. Paixão eu já senti inúmeras vezes, ela vem e vai, trazendo consigo as certezas que se tornam incertezas de ser eterno. Dos pores do sol que partilhei todos ficarão guardados, mas a cada tarde o sol parti, e então, vem a aurora trazendo com ela novas sensações, e eis que ela surge, não veio com outro nem prata e sim, com um olhar abrasador e um sorriso de uma estrela. Lá vem de novo, essa paixão que transforma, ocupa meu dia-dia e que consome o meu amar que deseja ser consumido. Paixão que eu temo, o temor de te perder, quanto mais em nossas conversas me faz feliz mais eu a quero sorrindo, paixão que quero para sempre, e que o pra sempre seja tão eterno como o seu sorriso, paixão que não é amor, mas finge ser.

Suas idéias são o sopro que dá vida ao meu pensar, como um vendaval é minha vontade de ver-te e tê-la.

Hoje sei, que essa paixão é como uma rosa ao abraçar um oceano, correndo em seus braços vive o mais ardente dos sonhos. A rosa um dia morrerá, entretanto, essa paixão... o tempo dirá.


Só são duas vidas aprendendo à amar.

Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Solidão


Solidão fonte necessária, o homem é um ser só, sua magnitude é conseguida a sós. O vazio em seu peito é o medo, inimigo da solidão.

Preciso me encontrar e, é dentro de mim que encontrarei minhas dúvidas, minhas certezas, o meu sonhar e o meu chorar, só ali que verei... Quem sou eu.

Um furacão ou um longo vento, o que devo ser, senão eu mesmo me conjugando nas paredes de meus ideais, tentando conhecer a terra que nunca fora almejada e as palavras nunca ditas. O eu, que descubro que somente eu posso ser, dúvidas do mundo, certeza do vento que me abraça, é assim a história de um homem que pela arte faz o seu dançar e na poesia o seu falar, incerto para todos, certo para você mesmo. Ser você é caminhar só, mesmo tendo todos ao seu lado. É amar enquanto pensam que é indiferente. É viver o real em um oásis. É cantar o mais ardente dos sonhos no túmulo de alguém que não viveu.

É doloroso ver o enterro com poucas pessoas presentes, dói em saber que pode ter sido muito, em que pensam que é um nada. Ainda existem jovens assim, que pela madrugada não dormem e ficam apreciando o silêncio que nos cala, acho que sou isso...

O velho que quando morreu deu o último suspiro como um jovem sonhador e, não temeu, pois, a solidão que o abraçou lhe fez cortejo em sua cerimônia e tratou de chorar por mais um sonhador.



"O seu sonho é do tamanho do vazio em seu peito."
Eduardo Brasileiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Não chore.

"Não chore está tarde..."


Olhos que expressam a dor, os mesmos olhos que não encontram a solução. A solução do brilho que não é mais visto.

Eu, que ontem completo, hoje vazio, sou o que tu me fizeste pelo perfume que não posso sentir, os lábios que só o tenho em sonhos, o abraço que só o trago na memória. Minha doce criança, que nunca fostes minha, mas ao seu lado estar, já basta.

Nesta tarde chuvosa de Outubro, proibindo-me de chorar, a paciência corrompida pela lágrima, ali jaz um ser humano, que ao seu lado foi tudo, mesmo sendo nada para ti.

Em meu andar melancólico, passos querendo viver do passado, em meu piano notas de dor expressando as palavras nunca ditas.

Estava tudo quieto, nada mais era ouvido além da saudade que me abraçava em silêncio. E o vento que batia sobre meu corpo, era o amor que me devorava, e foi assim, por amar sem ao menos ter dito que amo, que meus dias foram consumidos e eu morria ali. Pobre alma pecadora sem direito a honras e cortejos nem ao menos a um beijo.
Eduardo Brasileiro.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Vida de tolo?


Encostado no sofá vendo minha vida passar,
tudo que fiz, tudo que sonhei, tudo que conquistei,
as coisas erradas, e aquelas que se não tivesse feito,
nem tudo estaria como é.


Os pulos dados no quintal da vizinha em busca da bola,
a brincadeira na rua com meus amigos, que só os tenho em memória,
meus amores, meus amigos inesquecíveis, meu primeiro encontro,
e o momento que fui pedir a mão dela.... meu sonho um corcel 73.



O primeiro porre de felicidade, minha primeira filha, e o primeiro genro a cruzar aquela porta,
a primeira vez que levei a família ao zoológico.
Os jogos de futebol aos domingos no campinho da esquina,
aqueles finais de churrasco e eu sozinho na mesa, e de fundo Raul tocando: ouro de tolo.
que me colocava a pensar, que se tudo não tivesse sido assim, onde estaria?

E hoje com os joelhos fracos, sentado neste sofá, seguro os remédios que me ensinam a viver, com olhos cansados, vou vendo as crianças passando na rua brincando e...
ah estou entendendo o sentido da história que está se repetindo, e eu com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte passar e me levar.



Eduardo Brasileiro
Inspirado na obra de Raul Seixas; Ouro de tolo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Eu, contrário de você.


Tinha seus doze anos, não olhava muito o rosto das pessoas, tão pouco conversava, sereno, e singelo, pequenos sorrisos dados como gesto de agradecimento. Era ele, esse menino pequeno entre os outros, mas o maior entre eles.
Eu mais velho com 16 anos, o chamei para que jogasse bola, sem responder só nos seguiu, começamos a jogar, ele ficou em meu time o resto de meus primos sem dar conta dele foram jogando, e passavam a bola sem muita festa, eu fazendo minhas graças fui tirando sorrisos, inclusive o dele, mas ele não se manifestava. Todos sentados, brincando e contando histórias, percebia o distante em algo que para ele era melhor. -Tendo terminado os parabéns, fomos na Internet todos a discutirem sobre photoshop, orkut, MSN e claro, meninas, ele estava lá normalmente, sorrindo com as piadas. então foi no instante que olhei para trás ele estava de cabeça baixa e face pensativa, eu então voltei a olhar para o computador, mas quando virei ele não estava mais lá, depois sem ninguém perceber fui procurá-lo, o encontrei a frente do jardim, olhando a paisagem foi quando parei e comecei a ver.... meu passado, e quem eu fui, o que eu fui foi esse menino, quieto, tentando ser simpático com sorrisos singelos, pensativo e criando em sua mente, um mundo só para ele. Um mundo que eu, fazia as piadas e os outros ririam, o mesmo mundo que eu com meu grupo, discutia o que me interessava. Então compreendi tudo, não o chamei de novo, resolvi deixá-lo vivendo os melhores sonhos dele, sabendo que um dia ele irá acordar, e daqueles olhos cairão lágrimas, cairão os sangues da batalha e também saíra à face da felicidade e do amor.
Sonhador, poeta do viver, rei de seu mundo, o cara que ainda acredita que todos são bons. Quisera eu, ter conversado com você, depois daquela hora só voltei para dizer-lhe tchau, nunca mais o vi, mas sei que me marcou, e rezo para que seja sempre forte nesse mundo que ele é contrário de milhões.


Dedicado á Guilherme

Eduardo Brasileiro

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sou eu.


Hei você se acha que está tudo bem? Mais uma vez, você tornou-se a decepção, caído no sofá de sua casa chora a pessoa que não é. Mesmo assim vai para o banho continua você mesmo.

Hei fraco, não grite comigo, pois, você que negou quem você é, sozinho você está, mas não em liberdade, preso a quem o ama você sorri, torna-se mais um somente um, olhando no espelho, vê seus olhos não brilharem. Ah por favor, não acorrente sua alma, viva o que quer e sonha. Eles estão sorrindo, deseje-lhes isso, mas não é ali que você deve estar sorrindo. Temos passagens é chegada a hora de procurar onde está, abra os braços não tema quem estão ao seu lado eles lhe darão espaço, chore mas não mais que duas noites, você aprende que o que importa é saber que a pessoa que você ama, está bem, onde quer que seja, enfrente o mais forte, mesmo sabendo que irá perder, não fique na duvida de ter tido ganho.Seus ideais são você, não deixe que o massacrem, está chorando? Amanhã vai sorrir, está com medo? É a barreira de seus limites conhecendo a terras não colonizadas, você é dono de seu mundo, não crie muros ela trás a guerra.

Estou aqui, não faço muito, só lhe dou minha presença, meus pequenos anseios de carinho com a língua, quero vê-lo vencer, mas só peço uma coisa...dê um abraço, isto já basta.



Eduardo Brasileiro