segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Não chore.

"Não chore está tarde..."


Olhos que expressam a dor, os mesmos olhos que não encontram a solução. A solução do brilho que não é mais visto.

Eu, que ontem completo, hoje vazio, sou o que tu me fizeste pelo perfume que não posso sentir, os lábios que só o tenho em sonhos, o abraço que só o trago na memória. Minha doce criança, que nunca fostes minha, mas ao seu lado estar, já basta.

Nesta tarde chuvosa de Outubro, proibindo-me de chorar, a paciência corrompida pela lágrima, ali jaz um ser humano, que ao seu lado foi tudo, mesmo sendo nada para ti.

Em meu andar melancólico, passos querendo viver do passado, em meu piano notas de dor expressando as palavras nunca ditas.

Estava tudo quieto, nada mais era ouvido além da saudade que me abraçava em silêncio. E o vento que batia sobre meu corpo, era o amor que me devorava, e foi assim, por amar sem ao menos ter dito que amo, que meus dias foram consumidos e eu morria ali. Pobre alma pecadora sem direito a honras e cortejos nem ao menos a um beijo.
Eduardo Brasileiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei!!! triste mas bonito!!!