Por que toda paixão desvairada em promessas do sempre, da cumplicidade, se vai como uma chuva de verão? Por que as paixões são demasiados fins, envoltos por um começo forte e abrasador?
No final, tudo é lágrima e a dor sobre saí de uma tal forma que os abismos entre céu e terra, passam a colidir-se na ingratidão por sonhos perdidos, e o tempo dilui o contato e a voz que ouviasse todo dia, a todo tempo, é memória inconstante, talvez, lacrada, num coração que tornou a oscilar pelo que já fora e pelo que tenta ser. As manias, as brincadeiras, os assuntos, os arrepios em novas aventuras, são largados numa caixa sobre a estrada da vida, mas de tudo fica um pouco e o afeto, se verdadeiro foi, permanece em um dos corredores da alma, encontrando você. E, encontrar a si mesmo, é encontrar a verdade, que mesmo indiferente ao sentimento que já existiu, um - não sei-, torna a questionar-se.
Apaixonar-se é injusto, acredito eu, é bom, leva a lugares nunca vistos e sonhos libertos de todas as amarras. É isso a paixão, tirar as amarras e voar onde os pés fogem a altura da cabeça, pois, o sorriso sincero, doce e singular, terno e arrepiante, esse sim, é a medida que encontra a aventura da vida. Mas acaba, e no inconstante sozinho está você, murmurando o amor que não vivera, contudo, onde está o amor, se não na paixão? E se de fato, de tudo fica um pouco, saiba que seu amor vai além de um só, e nos apaixonamos e nos desapaixonamos por muitos, mas o mais cândido sentimento só esteve lá uma vez, naquele seu primeiro amor, onde se entregara sem o medo de se machucar. E fora feliz, terminaste em lágrima, não sentiu ainda, ou só é memória.
Não importa somos humanos, seres apaixonantes.
Eduardo Brasileiro
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