E do amor? Minha vida,
posto que sempre te amará.
Nem o ontem presságio de nossa dor,
nem o amanhã incerto amor,
fará esquecida a memória presente de nós.
Sobre o corredor de minha casa lembranças,
de nossas histórias escritas no descompasso, escondida em abraços.
E dos olhares a indescritivel imagem de coexistência,
no hoje, que é ouvir a voz de sua ausência.
Porque metade de mim, é seu, a outra metade... não sei.
Eterna música de nossos amores,
efêmeras manias de termos um a outro.
Se na aurora bem próxima, seu nome me visitará,
por aquele vento gelado num dia de calor,
como foi naquele dia que a gente se conheceu.
Das promessas o sonho imperfeito do amanhã,
da companhia sua feliz dança, a cima de meu piano,
na moldura nosso retrato esboçado, e eu tentanto alegrias vãs.
Me abrace enquanto tento te esquecer,
me beije enquanto finjo que estou completo.
Enquanto fujo, enquanto minto.
E da noite obscura e fria, a chama.
Aquela velha chama, que outrora ascendemos
e hoje, me aquece com sua última brasa,
me lembrando de meu presente a solidão.
Eduardo Brasileiro.